APROVEITANDO O ENCEJO DA TAL "ORGANIZAÇÃO"

A Grandeza do Coritiba no caso Carlinhos Paraíba

Até o presente momento o São Paulo já conta com cinco reforços oficialmente confirmados: André Luis, Xandão, Marcelinho Paraíba, Léo Lima e Fernandinho. Todos tinham contratos com seus ex-clubes vencendo no final da temporada 2009.

Além desses, os nomes mais comentados atualmente pelos lados do Morumbi são: Fernandão (Goiás), Guinazú (Internacional), Carlinhos Paraíba (Coritiba), Cicinho (Roma/ITA), Júnior Dutra (Santo André), dentre outros.

Quanto aos três primeiros, nota-se um estágio interessante dos atletas com seus atuais clubes. Guiñazu tem contrato com o Internacional até junho de 2010, com suposta renovação automática por mais dois anos (em virtude do visto de trabalho de estrangeiro ser válido por, no máximo, dois anos). O Internacional já disse que não o liberará. Fernandão tem contrato com o Goiás até o fim da temporada 2010. O vínculo de Carlinhos Paraíba com o Coritiba expira um pouco antes, em março de 2010.

Em que pese o tempo de contrato distinto e o status dos jogadores, as semelhanças param por aí. Internacional e Goiás têm se mostrados resistentes quanto à liberação dos atletas para o Tricolor Paulista. Alegam que o clube paulista tem aliciado os jogadores, que estão presos a contratos com suas equipes. Nem ao menos consideram a possibilidade de compensação financeira (o que também não é uma hipótese muita bem vista pela atual diretoria tricolor), ou a inclusão de algum atleta tricolor na negociação.

É compreensível a oposição de colorados e goianos a essa situação. Porém, deve-se atentar a legislação, que possibilita aos jogadores celebrarem contratos com outras agremiações nos seis últimos meses de contrato com seus atuais clubes, sem que o clube receba nada por isso. Também se deve respeitar a vontade dos atletas, que é condição fundamental a um perfeito desempenho dentro de campo.

O Coritiba, ao contrário, quando soube que Carlinhos Paraíba tinha pré-contrato assinado com o São Paulo, tratou logo de entrar em contato com o Tricolor para viabilizar a transferência imediata do atleta. Parabéns a diretoria coxa-branca!

O fato é que os dirigentes do Coritiba sabem que o atleta, sendo bom para o clube ou não, jogará no São Paulo na temporada 2010. Nessa situação, o que é melhor para o clube paranaense? Bancar o salário de um jogador sem clima até março e ver o atleta se transferir a seu alvedrio para outro clube ou tentar junto à cúpula Tricolor uma maneira de se compensar pela perda imediata do jogador?

Certíssima e louvável a atitude da diretoria do Coritiba. Em vez de sustentar um atleta insatisfeito até março, sabendo do destino imutável do jogador, tentam uma forma de compensação pela saída do jogador. O Coxa pediu Rafinha, o São Paulo tenta liberar por empréstimo o meia Sérgio Mota, já que pretende dar uma última oportunidade a Rafinha, contratado com status de futuro grande jogador junto a Portuguesa, mas que até agora não demonstrou a confiança depositada em seu futebol. Seja qual for o jogador cedido, o acordo deve acontecer.

Enquanto isso, os gigantes Internacional e Goiás remam contra a maré. Devem evitar que Fernandão e Guiñazu vistam a camisa Tricolor no dia 7 de janeiro, mas manterão dois jogadores insatisfeitos na temporada 2010, e acabarão perdendo esses jogadores mais cedo ou mais tarde sem compensação alguma. Guiñazu e Fernandão não jogarão no Internacional e no Goiás, respectivamente, se isso não for o que atletas e empresários assim desejarem.

Depois de vários anos em que a atual “Lei do Passe” está em vigor, alguns clubes preferem ignorar suas inegáveis conseqüências e se sustentar em uma moral ética que nunca existiu no mundo do futebol. Para defender sua posição, criticam os clubes que trabalham baseados nas suas atuais disposições e, em vez de crescerem e se modernizarem, buscam culpados que, na realidade, não existem!