segunda-feira, 11 de junho de 2012

Lástima


AH, PALMEIRAS… QUE SITUAÇÃO…


“Tá faltando raiva ao Palmeiras” – Felipão.  ELE deveria escalar a torcida… Mais raiva do que ela anda sentindo, impossível!
De nada adiantou a noite muito mal dormida, de nada adiantou todo o vinho que eu tomei à mesa…
Enquanto recolhia os pratos do almoço de domingo e os levava para a cozinha, as lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas, ao invés de aliviar, doía ainda mais o meu peito… Meus pensamentos, mais desorganizados do que o time do Palmeiras em campo; os impulsos nervosos do meu cérebro, mais desconexos do que aquele festival de chutões que assistimos a cada jogo… que sensação horrível! Fui dormir morrendo de raiva, acordei dezenas de vezes durante a noite, e amanheci com esse buraco no peito.
O que esperar do Palmeiras? O que esperar daqui pra frente? Tudo e nada…
Tem torcedor que fala que o time não presta, que fala que falta raça. Não é verdade! Precisamos de algumas peças para vestirem a camisa titular, mas está tão óbvio… o time é mal treinado, não tem padrão e tampouco regularidade. Raça, sozinha, num esquema furado, não adianta de muita coisa. É o centroavante marcando lá atrás, o meia marcando na lateral… uma desorganização desgraçada! Por isso, tantas vezes, o time parece um catado. E é normal que diante de uma coisa que não funciona, os jogadores se sintam meio derrotados, antes mesmo do apito final. Não sei o que pensar de Felipão. Não sei se está perdido e não sabe o que faz, ou se sabe muito bem o que faz e o Palmeiras, a torcida, e os títulos que tanto queremos, que se danem… A farpa da dúvida afunda cada vez mais no meu peito.
O técnico vive apelando por contratações e, algumas delas, que chegam e saem do Verdão com rapidez espantosa, estão hoje em outros times, com partes dos salários pagos pelo Palmeiras (essa manobra é antiga). A Base, de alguns jogadores campeões com a seleção sub-20, é depreciada, não tem chances, mas tem chance um Betinho (e mais um monte de outros) que nem o São Caetano quer e que bateu na porta do Palmeiras (!?!?); também tinha chances o inútil do Ricardo Bueno, Rivaldo… Que vergonha eu sinto disso!
No Palmeiras atual, não importa a característica do jogador, ele tem que ser um marcador! Senão, nem é escalado. E, curiosamente, nessa obsessão pela marcação, o esquema único do time privilegia um jogador que só sabe cobrar faltas – mas não acerta com a frequência que tal privilégio demandaria – e que não marca p…. nenhuma!  No Palmeiras de hoje, se tiver um jogador de talento, mas tiver um outro, perna de pau, que marque mais que ele, o talento vai pro banco e o perna de pau pro campo. E nessa batida Luan se fez intocável (quero acreditar que seja só por isso, e não pela história do tal empresário, que também empresaria Patrik, Betinho…).
Nos bastidores, estamos reféns de gente despreparada, incapaz e sem amor e respeito suficientes para cuidar do Palmeiras, gente que pensa que o Palmeiras é uma extensão de suas lanchonetes; dentro de campo, estamos reféns desse esquema de bola parada, de chutões sem utilidade alguma, de nenhuma jogada ensaiada;  de um esquema para não vencer…
Barcos chegou marcando uma porrada de gols, GOD mudou o esquema e estragou a nossa alegria e o futebol de Barcos… O que GOD tem contra marcarmos gols?
Mazinho chegou, fez uma partida muito boa, arrebentou na segunda, para  depois virar banco de Luan, que não tem um grama de talento suficiente para vestir a camisa do Palmeiras, quanto mais para ser titular. Hoje, Mazinho já não repete a boa performance das primeiras partidas.
Cicinho jogava muito, todos nós vivíamos dizendo que não tínhamos mais problemas na lateral direita; GOD mudou a formação tática, Cicinho teve que marcar mais e avançar menos – foi ele mesmo quem disse isso – e hoje não consegue reeditar o seu bom futebol.
E assim é com todos os nossos jogadores. As suas melhores características são desperdiçadas, reprimidas, na obsessão que o técnico tem por marcação. Ele mesmo disse ‘estou ensinando o Felipe a marcar’.
Diante do Galo, para nossa alegria, tínhamos dois meias em campo! Mal pude acreditar!  Mas o Felipe – que sofreu um pênalti não marcado pelo juiz – foi colocado para marcar o lateral dos caras.  Dessa maneira, pode por até o Messi aí, que ele não vai dar conta! E tínhamos dois meias no time e só o Barcos no ataque – Luan é alegoria, uma vez que também é obrigado a ficar cobrindo a falha de marcação de outros em campo. De que adianta? E Maikon Leite e Mazinho… no banco. Claro que, com essa formação, com essa mentalidade e com um festival de passes errados, passamos o primeiro tempo sem dar um chute a gol – nossa melhor oportunidade, além da pegada no pé do Felipe, na área, foi o lance em que Richarlyson, jurando que era o Cristo Redentor, de braços abertos “sobre a Guanabara”, meteu a mão na bola dentro da área. Como o Palmeiras atual gosta de facilitar a vida dos adversários. Do lado verde, os torcedores pediam Maikon Leite. Do lado do Galo, Ronaldinho começava a gostar do jogo…
E a gente, com inveja e saudade, via o Pierre destruindo tudo. O mesmo Pierre, que Felipão não quis e para quem ELE não deu algumas das infinitas oportunidades que dá para os seus pernas de pau favoritos. Hoje, temos que nos contentar com Márcio Araújo, que já não é grande coisa, mas se complica ainda mais porque Assunção não é mais um marcador e, por mais que tente, não consegue ficar correndo atrás dos adversários.
No segundo tempo, o Galo abriu o placar logo aos 3′, com Jô; Ronaldinho metia cada bola pra ele que me dava até frio na espinha… Felipão chamou Maikon Leite mas, ao invés de tirar o Luan, que jogava mal, tirou Felipe, que jogava bem. Mais tarde tiraria o Luan para colocar Mazinho, mas, tirando duas cobranças de falta que pararam na trave – o Galo teve um gol, que me pareceu legítimo, anulado pelo juiz -, o Palmeiras nada fez para buscar, pelo menos, o empate.
E assim vamos nós, com um técnico que não administra bem o time, com jogadores mais perdidos que uma cebola em salada de frutas, com dirigentes que pensam que o Palmeiras é pastelaria. Italianos que fazem as contas e os planejamentos do time Campeão do Século, com as canetas atrás da orelha e em papel de pão. Dirigentes que são células doentes da ferida maligna que apodrece o Palmeiras por dentro e derrama o pus aqui fora…
E nós, torcedores, somos o curativo que minimiza o mal… somos o linimento que alivia as dores… nosso amor é a força que permite ao “doente” se levantar, se manter ereto e caminhar… e haveremos de ser, precisamos ser, bisturi e pinça, a cortar e extirpar essa ferida maligna antes que ela mate o nosso Palmeiras. Não dá para esperarmos mais.
Ele só tem a nós e ao nosso imenso amor… E somos nós que teremos que salvá-lo.
AFINAL, NÓS PLANTAMOS PALMEIRAS NO CORAÇÃO!!

Belo texto, escrito pela Palestrina Tânia "Clorofila" Dainesi, no Blog Clorofila

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