quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Seguindo o grito da Torcida

Retirado do JT on line

Pouco antes do fim do show de comemoração do centenário corintiano, Amanda Ferraz Geremias decidiu ir embora com os amigos do Vale do Anhangabaú, no centro da capital. Queriam antecipar a volta para casa para evitar a “muvuca”. Enquanto as amigas seguiam pela calçada, a jovem ia pela rua.

À 1h05, sem notar a aproximação do ônibus com jogadores do time, foi atingida pelo veículo no ombro. Caiu e acabou atropelada. Morreu a caminho do hospital.

A morte da corintiana juntou-se à lista de incidentes registrados durante a festa. Torcedores depredaram 24 trens do Metrô e 15 ônibus, entre a noite de quarta-feira e a madrugada de quinta. A Polícia Militar teve de intervir para que um grupo não subisse no teto de um veículo pertencente a uma empresa de jornalismo. Em meio a tudo, 20 pessoas passaram mal. Grupos de torcedores chegaram a ser parados para passar por revista.

Apaixonada

Fanática pelo clube, Amanda, de 21 anos (também apaixonada por futebol e chamada pelos amigos de Ronaldinha pela habilidade no futsal), combinou com a irmã, Andreia, e mais três amigos de irem a comemoração. Por volta das 18h30 de quarta-feira, a corintiana chegou em casa, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, tomou um banho e saiu às pressas rumo ao centro da capital.

Chegou com duas horas de atraso ao metrô do Anhangabaú, onde combinara de encontrar a irmã e as amigas. “Ela estava feliz”, relembra a amiga Juliana Baptista, de 29 anos. Em meio à apresentação do Exaltasamba, resolveram ir embora. Amanda disse à Juliana: “Vamos logo porque senão depois não vamos conseguir sair”.

Caminhariam até a Praça da República, onde embarcariam no ônibus para Taboão. Na Rua Líbero Badaró, Amanda era a única do grupo a andar perto da guia. No cruzamento com o Viaduto do Chá, foi atingida pela roda traseira do ônibus do Corinthians. “Ficamos desesperados, só queríamos fazer alguma coisa por ela. Ninguém viu a placa”, contou Juliana.

“Ele não parou para prestar socorro”, acrescentou Débora Cristina Bastos, de 28 anos, uma das amigas. “Não sei se o motorista não viu, não teve noção do que fez…”

Um bombeiro que trabalhava no evento isolou a área. Primeiro, segundo testemunhas, chegou uma equipe do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) e, depois, outra do Corpo de Bombeiros, que havia sido acionada à 1h24. Os médicos tentaram animá-la, mas sem sucesso. Amanda morreu a caminho da Santa Casa de Misericórdia.

O Corinthians, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que ninguém no ônibus percebeu que Amanda havia sido atropelada. O clube comprometeu-se a prestar assistência à família da jovem.

Investigação

A polícia registrou o acidente como homicídio culposo, sem intenção de matar. Procurado, o delegado titular do 1º Distrito Policial, Marcel Druziani, não atendeu à reportagem.

Por meio da Secretaria de Segurança Pública, ele disse ter enviado uma equipe de investigadores à sede do clube que constatou que o ônibus era de fato da delegação do Corinthians e não de torcedores. Ele deve agora intimar o motorista do veículo. Os policiais buscavam, ainda, imagens feitas por câmeras na área do acidente para confirmar a placa do ônibus.


Um comentário:

Giba disse...

Fiote, porque essa demônia foi andar na rua quando as outras minas estavam andando na calçada? E os metrôs e ônibus depredados fora outros atos de vandalismo não são exclusividade da torcida do Corinthians, exemplos não faltam pra isso: um show da daniela mercury que rolou ai no anhangabau neguinho arregaçou com tudo; Na Av. Paulista não podemos comemorar mais nada pois a torcida "de elite" acabou com tudo também, parece que eles queriam exclusividade nas comemorações naquele lugar. No show do Racionais na virada cultural quem estava perto da Pça. da Sé se ferrou. Eu mesmo estava lá no Anhangabaú e não vi nada disso. Parece que o zépovinho procura desgraça... Como sempre, quanto pior, melhor...