quinta-feira, 1 de outubro de 2009

BAMBI TALES

A Verdadeira História do SPFC.

Capítulo I – Nasce o Clube

O São Paulo foi fundado em 1930 e faliu em 1935 por dívidas
acumuladas. Diante da enorme dívida, os dirigentes são-paulinos,
liderados por Paulo Machado de Carvalho, sugeriram a incorporação pelo
Clube de Regatas Tietê, que pagaria as dívidas e ficaria com o
patrimônio do clube, incluindo a Chácara da Floresta, vizinha ao C. R.
Tietê.

Alguns sócios se rebelaram contra a decisão, mas acabaram aprovando a
fusão em Assembléia (realizada em 14/01/1935), pois do contrário
teriam que assumir a dívida. Com a incorporação, a dívida foi paga
pelo Tietê.

Capítulo II – Renasce o Clube

No final de 1935, o atual São Paulo foi re-fundado sem dívidas, mas
também sem qualquer patrimônio. O time era tão fraco que, nos dois
primeiros anos (1936/37), terminou o Campeonato Paulista em 8º e 7º,
respectivamente.

Capítulo III – Re-Renasce o Clube

Novamente atolado em dívidas, fundiu-se ao C. A. Estudantes da Mooca
em 1938, salvando-se de nova falência. O novo time titular foi
composto com 9 atletas do Estudantes e 2 do São Paulo, que passou a
mandar seus jogos na Mooca, sede do Estudantes.

Para “ajudar” financeiramente o São Paulo, Palestra e Corinthians
disputaram, em 1938, o famoso “Jogo das Barricas”, assim chamado por
causa das barricas colocadas na entrada do Palestra Itália para o povo
depositar dinheiro. Os dois clubes nada receberam e ainda doaram a
renda para ajudar o São Paulo a pagar suas novas dívidas. Neste “Jogo
das Barricas”, Porfírio da Paz, Presidente do São Paulo, andou no meio
das torcidas adversárias com uma bandeira esticada, para que os
torcedores atirassem algumas moedas para ajudar o São Paulo.

Capítulo IV – A Tomada do Patrimônio Alheio

Em 1942, com apenas 7 anos de vida e sem patrimônio, os dirigentes
são-paulinos vislumbraram uma grande oportunidade. Com a entrada do
Brasil na II Guerra Mundial e a declaração de Guerra ao Eixo, o
Governo publicou um decreto que permitia a desapropriação de
patrimônios de súditos alemães, italianos e japoneses.

Após a desapropriação de bancos alemães e companhias aéreas, a
possibilidade de tomar o patrimônio dos italianos animou os
são-paulinos, que tentaram a todo custo se apropriar do Palestra
Itália. Não conseguindo tomar o atual Parque Antarctica, se
contentaram com um alvo mais fraco: a “Associação Alemã de Esportes”
(também conhecida como “Deustsch Sportive”), que ficava na região do
Canindé. Então, com a ajuda da ditadura, ganharam finalmente uma Sede
em 29/01/1944, registrando a escritura em Cartório de propriedade de
Cícero Pompeu de Toledo.

Capítulo V – O Morumbi

Em dezembro de 1950, a Imobiliária Aricanduva (cujo dono era o Adhemar
de Barros), conseguiu empréstimo do Governo do Estado (o Governador
era o próprio Adhemar) para terraplanar e criar toda a infra-estrutura
em uma gleba na região do Morumbi. Um escândalo de corrupção na época.
O bairro, com todas as benfeitorias, passou a se chamar JARDIM LEONOR,
nome da esposa do Ademar de Barros. Um ano depois, em 1951, o São
Paulo convidou Laudo Natel (político ligado a Adhemar de Barros) para
ser tesoureiro do clube. Este negociou a compra de 68 mil m2 na região
e “ganhou” do Governo do Estado mais 90 mil m2.

Em 1955, três anos depois, o São Paulo VENDEU ao Governo do Estado o
terreno do Canindé (aquele que GANHOU 11 anos antes), sem qualquer
benfeitoria adicional. O Governo comprou e repassou à Portuguesa, que
se viu obrigada a construir campo e arquibancada par a começar a usar,
pois estava completamente abandonado.

Em 1966, em pleno regime de ditadura militar, Laudo Natel já havia se
tornado Presidente do São Paulo e, ao mesmo tempo, Governador do
Estado, quando o seu "mentor", Adhemar de Barros, foi cassado por
corrupção.

O então Governador determinou que os estudantes da rede pública
vendessem carnês chamados “Paulistão”. O dinheiro arrecadado seria
para a formatura dos alunos, mas, parte da arrecadação serviu para
ajudar na construção do novo Estádio. Ou seja, em um período de
ditadura, da censura aos jornais, sem explicações sobre a origem do
dinheiro, sem um clube de associados que pudesse gerar receita, sem
rendas (pois jogava em estádios praticamente vazios), o SPFC construiu
um estádio que nem nos dias atuais (de direitos de TV, patrocínios,
venda de atletas) conseguiria construir…

Com medo de um vexame, o SPF C pediu emprestado 2 jogadores ao
Palmeiras (Julinho e Djalma Santos), 2 ao Corinthians (Almir e Ari) e
1 ao Santos (Pelé, contundido, não compareceu) para a festa de
inauguração do estádio, contra o Nacional do Uruguai.

Capítulo VI – E Sabia também.. .

Que, em 1990, o São Paulo foi rebaixado para a segunda divisão do
Campeonato Paulista, mas com o apoio dos dirigentes da FPF,
conseguiram reverter no tapetão a fórmula de 1991. Disputaram a
divisão inferior, mas conseguiram fazer com que esta indicasse vaga
para as finais, e ainda considerasse a campanha da segunda divisão
para os critérios de desempate na finais de 1991.

Que em 1994, irritada com o ostracismo provocado pela rivalidade
Palmeiras e Corinthians, a Diretoria do São Paulo mandou esburacar o
gramado do Morumbi para impedir que o último jogo do campeonato, de
entrega de faixas, entre Palmeiras e Corint hians, fosse realizado no
Morumbi…

Que o São Paulo nunca disputou a Taça Brasil (antigo Campeonato
Brasileiro), pois este torneio admitia somente os campeões
estaduais…

Que o São Paulo é o único clube grande da capital que NUNCA vestiu a
camisa da Seleção Brasileira…

Que maiores públicos no Morumbi são:

1) uma reunião de Testemunhas de Jeová, em 1985 [162.957 pessoas],

2) um jogo entre Corinthians X Ponte Preta, em 1977 [138.032],

3) do Show do Queen, em 1981 [~131.000]

4) um jogo entre Palmeiras X Santos, em 1978 [123.318].

O São Paulo só aparece na lista em 9º lugar, ainda assim em um jogo
contra o Corinthians, em 1982.

Capítulo Final – Conclusão

O time dos quatrocentões, da extrema direita paulistana, dos políticos
sempre relacionados com a ditadura, que sempre cresceram nos piores
momentos do País, conseguiu amealhar um bom patrimônio, mas nunca
venceu sua maior dificuldade.

Com uma história propositadamente mal contada, envergonhados do
próprio passado, os dirigentes lutam por criar uma identidade que não
existe, um clube sem alma e sem história, restando criar o simbolismo
de “clube da moda”, de embalo, na eterna luta de tentar transformar
“simpatizantes” em “torcedores reais”.

5 comentários:

Prof. Luís disse...

... e considerem-se de cú tomado...!

Prof. Luís disse...

Parabéns Giba pelo belo trabalho historiográfico!!!

klebão disse...

ahahhahahha, parabéns Giba.....

Central Comex disse...

Cada uma....

Giuseppe Totti disse...

Valeu Giba... O Passado condena