terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A TRAFFIC NÃO É PARCEIRA, E PONTO FINAL

Por FABIAN CHACUR

O título desta matéria é provocativo, mas não ofensivo, ao contrário do que pode parecer, a princípio. Tirei as dúvidas que tinha em relação à empresa dirigida por J. Hawilla após ver a participação do citado cidadão em programa do Sportv comandado por Cleber Machado.

Para mim, ficou bem claro o que a Traffic desenvolve, em relação ao negócio futebol. O grupo prospecta boas oportunidades de ganhar dinheiro a curto e médio prazo, adquire porcentagens significativas dos direitos federativos dos jogadores que possam lhes trazer esse lucro rápido, e os encaixam nos times com os quais tiverem bom relacionamento.

O interesse financeiro sempre falará mais alto, como o caso Henrique deixou bem claro. Nada contra. Mas quem pensou que o relacionamento Palmeiras/Traffic seria uma reedição dos bons tempos de Palmeiras/Parmalat, pode tirar o time de campo, e rapidinho. Os tempos são outros, e as atitudes, também.

Um bom exemplo sobre como esse relacionamento entre as partes ocorre é o caso Keirrison. No mesmo programa citado acima, também tivemos a participação de Jamelli, ex-jogador e atual dirigente do Coritiba, time no qual o centroavante atualmente joga. Segundo ele, o clube paranaense sabia desde o começo que o artilheiro do Brasileirão 2008 usaria o clube como uma espécie de “barriga de aluguel”.

Ao adquirir os direitos federativos do mesmo, a Traffic tem como objetivo negociá-lo para onde conseguir melhores valores. Ao ser questionado por Cleber Machado se Keirrison jogaria no Palmeiras, Hawila foi taxativo: “não necessariamente”. E deixou claro que não há um compromisso da Traffic em colocar o atleta em nosso Alviverde Imponente. Ou seja, não estranhem se o mesmo não virar a nova versão de “Vagner Love no Curíntia”, com a diferença de que, graças a Deus, não fizemos camisas com o nome dele para vender.

Nada de errado nisso. Investidor quer lucros. Mas fica claro que o Palmeiras também precisa ser pragmático em relação à empresa. Mexer os seus pauzinhos, trazer jogadores que lhe interessem e não ficar na dependência apenas dos novos passos da Traffic.

Aliás, Jamelli defendeu isso no referido programa. Quem tem de se preocupar com o Palmeiras é o próprio Palmeiras, na figura de seus dirigentes. Simples assim. E temos de aproveitar investidores como a Traffic pensando em nossos interesses, sem criar expectativas irrealistas. Investidor não é parceiro, ponto final.

FONTE: blog do Paulinho

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